Calor, comida e cuidado: pinguins recebem tratamento VIP no Rio para se recuperar da migração
31/07/2025
(Foto: Reprodução) Calor, comida e cuidado: pinguins recebem tratamento ‘VIP’ para se recuperar da migração
Cinco pinguins foram encontrados mortos em praias do Rio nesta terça-feira (30). A chegada dessas aves ao litoral carioca é comum durante o inverno, quando elas migram da Patagônia Argentina em busca de águas mais quentes. Mas, muitas vezes, a longa viagem deixa os animais cansados, magros e com a saúde comprometida.
Para ajudar na recuperação, o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos do ISBIO, da Universidade Santa Úrsula, recebe os pinguins debilitados e oferece um “tratamento de UTI”. Em um ambiente aquecido a quase 30 graus, com luz infravermelho e acompanhamento veterinário, os animais passam por cuidados semelhantes aos de uma incubadora neonatal.
“Os pinguins perdem a camada de gordura durante a migração, chegam hipotérmicos e com problemas respiratórios. Essa UTI ajuda a regular a temperatura e a taxa de oxigênio deles”, explica Bruno Meurer, biólogo e coordenador do centro.
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A espécie mais comum nas praias cariocas é o pinguim-de-Magalhães, que vive em regiões frias, mas não na neve.
“É um mito achar que todos os pinguins vivem no gelo. A Patagônia é uma região mais seca e rochosa. Com o frio intenso lá, eles entram no mar para buscar alimento e acabam chegando aqui”, acrescenta o especialista.
Após o período de estabilização na UTI, os pinguins vão para o “berçário” do centro, onde se fortalecem. A alimentação também é ajustada de acordo com a condição de cada animal. Quando chegam muito fracos, os pinguins recebem papinha de sardinha por meio de seringas.
Logo que os pinguins chegam ao projeto, são transferidos imediatamente para o centro, onde uma equipe de veterinárias e biólogas começam as primeiras avaliações. A maioria chega tão debilitada que não conseguem se alimentar.
Os pinguins não são soltos individualmente. O projeto espera a recuperação de 5 a 10 animais para que a soltura aconteça em grupo, já que o retorno ao mar também é desafiador.
A orientação, caso alguém encontre um pinguim na praia, é não tocar no animal. “Você viu um pinguim na água, deixa ele nadando na água direitinho. Eles são lindos, dá vontade de agarrar, mas, gente, não agarrem. Um pinguim saudável vai machucar vocês, porque o bico é muito forte. Aprecie a distância”, alerta Mariana Cadena, médica veterinária.
Ela orienta que, ao avistar um animal debilitado, as pessoas entrem em contato com o Corpo de Bombeiros, Patrulha Ambiental ou Prefeitura. “O ideal mesmo é deixar que a gente resgate ele”, reforça Mariana.
Pinguins recebem luz infravermelha para recuperar a temperatura do corpo
Reprodução/TV Globo