Defesa de Oruam diz que não há provas de que o cantor jogou pedra em policiais: 'Sem respaldo técnico'

  • 30/07/2025
(Foto: Reprodução)
Momento em que Oruam é transferido da Cidade da Polícia para um presídio no Rio Reprodução/TV Globo A assessoria de imprensa do do cantor Oruam se pronunciou nesta quarta-feira (30) sobre o fato dele ter virado réu após ser denunciado por tentativa de homicídio, por ter atirado pedras contra policiais que tentavam apreender um menor que estava em sua casa. Segundo a equipe do artista, a acusação é infundada e baseada em provas frágeis, configurando perseguição pessoal e exposição midiática. A assessoria de Oruam destacou ainda que não há evidências técnicas que comprovem o crime e que a integridade dos policiais não foi ameaçada. A denúncia do Ministério Público e o relatório da Polícia Civil indicam que uma das pedras que teriam sido arremessadas por Oruam pesam 4,85 kg, o que também foi destacado pela juíza que tornou o cantor réu. A equipe de Oruam, entretanto, argumenta que não há provas que atestem que ele arremessou o objeto. "A técnica pericial necessária para confirmar de forma inequívoca a identificação dessa pedra por meio de exames de DNA ou impressões digitais não foi realizada ou não consta nos autos. Não há laudo técnico que assegure, de modo categórico, que a pedra recolhida seja de fato a mesma arremessada pelo acusado", diz o texto "A racionalidade deve prevalecer, garantindo que nenhuma pessoa seja condenada ou penalizada sem o devido respaldo técnico e investigativo, resguardando, assim, os direitos e a dignidade do nosso cliente Oruam", diz um trecho do texto. A nota também diz que acusações de tráfico de drogas e associação para o tráfico pelas quais Oruam responde e foi preso, já tinham sido feita anteriormente e o Ministério Público, na ocasião, não tinha acatado esses argumentos (veja na íntegra no fim da reportagem). 'Inversão de valores' Pedra de 4,8 kg lançada contra policiais é encontrada perto da casa de Oruam Reprodução Ao aceitar a denúncia do MP, a juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, citou uma suposta "inversão de valores" nas atitudes do rapper. A magistrada lembrou que a ação policial na casa de Oruam, que terminou com a prisão dele dias depois, teve a reação do rapper e seus amigos contra os policiais, atirando pedras contra o delegado Moyses Santana e o oficial de cartório Alexandre Ferraz. O último acabou ferido pelas pedras arremessadas contra o carro de polícia. Justiça aceita denúncia contra Oruam por tentativa de homicídio Na ocasião, os policiais procuravam "Menor Piu", um menor de idade suspeito de atuar como segurança de Doca, um dos chefes do Comando Vermelho, e atuar como ladrão de carros. "Percebe-se que as ações dos acusados, em especial acusado "Oruam", repercutem de modo tão negativo na sociedade que incitam a população à inversão de valores estabelecida contra as operações feitas por agentes de segurança pública, conforme se depreende pelo início da ação legítima de apreensão do adolescente "Menor Piu" e também pelas demais repercussões, causando profundo abalo social." Na decisão, ela também afirmou que o fato de Oruam servir como uma referência para jovens, devido à sua atuação como artista, foi um dos motivos para determinar a prisão: Segundo ela, outros jovens "podem acreditar que a postura audaciosa de atirar pedras e objetos em policiais é a mais adequada e correta, sem quaisquer consequências", e que a paz pública precisa de medidas firmes e extremas, como a prisão, "a fim de que seja preservada". Oruam responde por sete crimes Oruam já vinha respondendo a outros 7 crimes — pelos quais está preso preventivamente — após a confusão do dia 21, quando ele e amigos impediram o cumprimento de um mandado de busca e apreensão contra um menor procurado por tráfico e roubo. Mas é a 1ª vez que o artista se torna réu pelo episódio — e Tula ainda expediu um novo mandado de prisão preventiva por isso. Um novo vídeo daquela noite mostra Oruam esmurrando um carro de polícia, antes de os agentes deixarem o local. Segundo a denúncia, após a apreensão do adolescente, os dois denunciados e outros indivíduos não identificados passaram a lançar pedras contra os policiais de uma altura de 4,5 metros, da varanda da casa de Oruam. Um dos agentes foi atingido nas costas, e outro precisou se abrigar atrás da viatura. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Oruam é flagrado atacando carro da polícia durante cumprimento de mandado contra menor O MPRJ sustenta que os réus agiram com dolo eventual, assumindo o risco de matar os agentes, e destaca que as pedras lançadas pesavam até 4,85 kg, com capacidade de causar ferimentos letais. Além dos ataques físicos, o cantor fez publicações nas redes sociais incitando a violência contra a polícia e desafiando abertamente a presença de agentes no Complexo da Penha. A Promotoria afirma que os atos configuram motivo torpe, meio cruel e tentativa de homicídio contra agentes em serviço, o que pode enquadrá-los na Lei dos Crimes Hediondos. Depois da operação e de horas foragido, Oruam se entregou no dia 22. Ele responde por 7 crimes, além da tentativa de homicídio: tráfico de drogas associação ao tráfico resistência qualificada desacato dano qualificado ameaça lesão corporal Veja a íntegra da nota do artista Oruam se entrega à polícia Kleyton Cintra/TV Globo "A assessoria do artista Oruam manifesta-se acerca da recente notícia de que a denúncia por tentativa de homicídio foi aceita contra o referido pelo Ministério Público. É oportuno esclarecer que Oruam já havia sido alvo de denúncia anterior relacionada aos mesmos fatos, pela qual encontra-se atualmente preso, havendo sido considerada, inicialmente, a fragilidade das provas relativas ao tráfico de drogas e associação para o tráfico, tendo o MP optado por não acatar o indiciamento por esses crimes. A tentativa de reclassificar a acusação como tentativa de homicídio parece uma manobra jurídica infundada, evidenciando uma perseguição de caráter pessoal e uma estratégia de criminalização midiática, sem respaldo consistente na prova. Chama atenção também o fato de, diante da possibilidade de revogação de sua prisão preventiva, as autoridades terem tomado a iniciativa precipitada de decretar uma nova detenção baseada em alegações frágeis e artificiais. Tal atitude reforça uma narrativa de persecução, claramente motivada por interesses midiáticos e não por aspectos concretos e técnicos. Cumpre destacar, com base nos depoimentos colhidos, especialmente do delegado Moisés e de outros policiais civis presentes, que em nenhum momento a integridade física dos agentes foi efetivamente colocada em risco. Ao contrário, as ações dos policiais demonstraram prudência, inclusive ao optarem por se retirarem, com o objetivo de evitar uma escalada de violência e preservar a própria segurança e a dos demais presentes. O processo apresenta uma narrativa quase ficcional, na qual busca-se identificar, com precisão absoluta, o objeto lançado por Oruam em meio ao tumulto. No entanto, a técnica pericial necessária para confirmar de forma inequívoca a identificação dessa pedra por meio de exames de DNA ou impressões digitais não foi realizada ou não consta nos autos. Não há laudo técnico que assegure, de modo categórico, que a pedra recolhida seja de fato a mesma arremessada pelo acusado. Assim, a acusação insiste em uma narrativa fragilizada, sustentada apenas por testemunhos subjetivos e frágeis, tentando transformar um ato de desespero após um show de horrores, agressões, ataques, danos materiais e que não apresenta provas materiais ou periciais concretas em uma tentativa de homicídio qualificado, uma imputação de grave repercussão social e jurídica, que não possui respaldo fático ou probatório suficiente. Ademais, a conduta dos policiais também evidencia que, ao momento, não existia risco real de morte. Se assim fosse, não teriam agredido fisicamente o grupo, não teriam entrado na casa do cantor e causado danos materiais a objetos pessoais, como roupas e móveis, xingamentos e as constantes ameaças com armas de fogo, demonstrando que não havia um perigo iminente de morte ou ferimentos graves, como podemos ver no vídeo fornecido por nós, no momento em que as pedras eram lançadas nos carros descaracterizado, os policiais apontavam armas na direção do grupo. Além disso, a ausência de qualquer prova material que comprove a ligação da pedra ao acusado, junto à inexistência de lesões ou ameaças concretas à integridade dos policiais, reforça a desigualdade de tratamento. O procedimento policial, sem a devida fundamentação técnica e pericial, revela uma imposição desproporcional, incompatível com a gravidade atribuída pela acusação ao fato. Por fim, tudo indica que estamos diante de uma construção jurídica e midiática, baseada em suposições e testemunhos frágeis, e não em provas concretas capazes de sustentar uma acusação de tentativa de homicídio qualificada. Nosso compromisso é com a Justiça, com o Estado de Direito e com a preservação dos princípios constitucionais que garantem a razoabilidade e a prova material como base para qualquer condenação. Reiteramos a plena confiança no sistema judiciário, na imparcialidade das instituições e na importância de que atos de violência, ameaças ou manipulações midiáticas não prejudiquem a vida, a liberdade e a reputação de cidadãos inocentes. É imprescindível que a racionalidade jurídica prevaleça, evitando-se que a justiça seja conduzida com base em provas concretas, e não por suposições ou narrativas infundadas que possam comprometer a integridade do processo democrático. Por tudo isso, reafirmamos nossa confiança no trabalho do Poder Judiciário e na segurança de que, ao final, a verdade dos fatos prevalecerá. A racionalidade deve prevalecer, garantindo que nenhuma pessoa seja condenada ou penalizada sem o devido respaldo técnico e investigativo, resguardando, assim, os direitos e a dignidade do nosso cliente Oruam. Por fim, estaremos vigilantes e atuantes na defesa de seus direitos, pleiteando sempre a Justiça e a transparência em todas as etapas deste processo. Seguimos confiantes no sistema judicial e na devida apuração dos fatos, com o compromisso de respeitar os princípios que regem a liberdade, a justiça e o Estado de Direito. Acreditando assim, que não possa existir uma “caça às bruxas” que já vem ocorrendo há alguns meses pelo mesmo delegado em direção a artistas de realidade periférica"

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/07/30/defesa-de-oruam-diz-que-nao-ha-provas-de-que-o-cantor-jogou-pedra-em-policiais-sem-respaldo-tecnico.ghtml


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